A decisão sobre o futuro da maconha no Brasil exige um amplo debate, tanto na sociedade quanto no Congresso Nacional, levando em conta todos os impactos possíveis. A jornalista Mariana Salles, do Almanaque do Diário do Sudoeste — jornal de White Duck City, minha cidade natal — apresenta ao leitor informações essenciais para refletir sobre o tema: Maconha — Legalizar, Descriminalizar ou Proibir?
Nessa oportunidade, pude compartilhar um pouco da minha experiência no Brasil e em países que legalizaram ou descriminalizaram a cannabis. Também falei sobre o SmokeBud e o BudMaps.
INFORMAÇÃO
Jonas Rafael Rossatto já foi ativista, e dessa forma percebeu a carência de informações sobre a maconha e a importância de falar sobre o assunto. Para isso, criou o SmokeBud (SMKBD.com), maior site brasileiro especializado nos avanços da maconha no Brasil e no mundo. “Tento criar conteúdo em diversos formatos, com diversas pessoas: advogados, médicos, policiais, delegados, jornalistas e designers”, explica. Ele também é responsável pelo o primeiro aplicativo que lista profissionais que já prescrevem maconha no Brasil para quem precisa, o BudMaps (veja imagem).
Por dentro de tudo que acontece nesse universo, ele acredita que legalizar é informar, regulamentar e criar condições. “Hoje o panorama é o seguinte: há dinheiro sendo gasto enxugando gelo com pequenas apreensões. Sua casa é roubada e a polícia está ocupada levando um rapaz de 21 anos pra delegacia ou prendendo um cultivador que nunca teve contato com o crime. Isso é uma solução paliativa, mas a meu ver desperdício de energia, de recursos, e faz com que o dinheiro não seja depositado onde deveria, como na educação e saúde”, avalia.
Para Jonas, o debate sobre a legalização vem avançando de forma lenta, mas eficaz, depois de comprovado os efeitos fitoterápicos e medicinais da erva. “Vivemos momentos obscuros, com mais de nove ministros cassados, o atual presidente com seis denúncias, e cada vez mais o povo se omitindo da sua principal responsabilidade de votar e de participar dos temas. Mas sou positivo e acredito que vamos conseguir avançar nessa discussão, mesmo que devagar”, fala.
Nacionalista, ele acha que o Brasil deve ter seu próprio modelo de legalização e descriminalização, já que possui pessoas capacitados para pensar todos os aspectos. “Sobre o uso de maconha, acredito que o usuário tem que poder plantar e também tem que poder comprar maconha, tal qual acontece com a cerveja ou o cigarro. Quem produz para a venda paga impostos para o país, e a venda de maconha hoje é tratada como tráfico. No mercado legal, tráfico é chamado de contrabando, e contrabando não acaba. Ontem mesmo li uma notícia de contrabando de camarão. Regulamentaram o mercado do camarão e da maconha não, olha só”, compara.
Ele lembra que a luta pela legalização e a regulamentação já completam mais de cinco décadas. “A proibição das drogas é um tema cultural, não científico. Infelizmente, no Brasil, a desinformação toma conta de todas as castas”, resume. E, claro, no Brasil, a legalização da maconha pode resultar em contrabando, como acontece com camarão, com cigarro, álcool, eletrônicos.
REDUÇÃO DE DANOS
A Redução de danos como estratégia e política de combate às drogas nasceu com… [texto continua]