Marcha da Maconha 2016: A Verdade Por Trás do Debate

 

A Trópico capturou depoimentos sobre o tema na Marcha da Maconha de Curitiba, em 17 de abril de 2016. Na ocasião, Jonas Rafael Rossatto foi convidado para discutir a cobertura da mídia tradicional e o primeiro debate sobre maconha no Senado Federal. Em sua fala, Jonas transpassa rapidamente a superficialidade para expor de forma concisa os desafios para o avanço em pautas sensíveis no Brasil.

 

 

Segundo Jonas, a mídia tradicional, exemplificada por veículos tradicionais (como Globo, Folha, Época, Veja, Gazeta do Povo…), tende a cobrir assuntos como o cabelo de Neymar ou o pastel de camarão de Caetano Veloso, mas não dedica uma cobertura diária à questão da maconha. Ele observa que, nos últimos cinco anos, o debate sobre campanhas relacionadas à maconha avançou, mas as notícias permanecem dispersas. O site criado por Jonas surgiu para centralizar essas informações e desmentir notícias falsas, como a associação da maconha a marcas específicas, boatos sobre o Papa fumar maconha ou a NASA oferecer empregos para usuários.

O vídeo também explora a dificuldade em fazer com que a discussão sobre o tema chegue ao Senado. Jonas aponta que os ativistas e defensores da causa geralmente arcam com os próprios custos, movidos pela crença no avanço da pauta. Em contraste, ele percebe que o poder político e financeiro da bancada conservadora permite que seus apoiadores se desloquem a Brasília para defender seus pontos de vista, muitas vezes disfarçados de eventos religiosos ou “mini férias”, o que explicaria o apoio de parte dessa bancada ao proibicionismo.

O material detalha o “Primeiro Debate da Maconha no Brasil”, que mobilizou 20 mil assinaturas em apenas quatro dias para apresentar uma proposta ao Senado sobre a política de drogas. A expectativa de grandes avanços ao chegar ao Senado, no entanto, esbarrou na realidade de “portas dos fundos” que influenciam os debates antes mesmo que as propostas sejam discutidas.

Jonas critica políticos que tentam impor suas verdades sem antes obter apoio popular, prática que, segundo ele, também ocorre no Senado. Ele exemplifica com indivíduos que, em debates, simplificam a discussão sobre a maconha, rotulando-a como “porta de entrada para outras drogas”. Jonas contrapõe essa visão ao lembrar que o álcool, uma droga legal e comprovadamente danosa, é consumido há séculos. Ele encerra com um apelo por um debate mais qualificado sobre drogas na sociedade.

O vídeo relata que, ao chegarem ao Senado, a expectativa de uma resolução fácil não se concretizou devido a um “privilégio”, uma espécie de “porta especial”, que permite que certas pessoas ganhem precedentes e ocupem posições de destaque. Jonas aponta que, atualmente, muitos políticos, descritos como “promissores” e “corruptos”, buscam impor suas convicções antes mesmo da formação de um consenso, algo que se reflete também no Senado.

São citados exemplos de pessoas que, em debates, superficializam a discussão sobre maconha, associando-a à porta de entrada para outras drogas. O vídeo rebate essa tese ao afirmar que a realidade é diferente e que o álcool, uma droga comprovadamente danosa e a primeira substância a ser consumida pelo ser humano, deveria ser considerado. A mensagem final reforça a urgência de aprimorar o debate sobre drogas com a sociedade.